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“Jildo” – 50 anos de ausência | J. R. Guedes de Oliveira

Fundação Astrojildo Pereira
sexta-feira, 13 novembro 2015 / Publicado em Destaques, FAP, Notícias
“Jildo” – 50 anos de ausência | J. R. Guedes de Oliveira
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          Uma das maiores intolerâncias e perseguições ocorridas no Brasil  foi quando da implantação do Golpe de 1964, instalado que foi o regime de exceção, que comumente chamamos  de “anos de chumbo”.

          Uma das mais célebres figuras encarceradas e privadas dos seus direitos de cidadão foi Astrojildo Pereira Duarte Silva, mais conhecido por Astrojildo Pereira e, para os familiares, tão somente “Jildo”.

          Esta doce criatura, amável, afável, cortês, nascida em Rio Bonito/RJ, em 8 de novembro de 1890, faleceu na cidade do Rio de Janeiro, em 20 de novembro de 1965, após responder por  processo militar e sofrer as mais caras amarguras nas mãos de seus algozes, sem que houvesse, contra ele, qualquer ato que o desabonasse. Este roteiro da intolerância é contado por um editorial estampado na revista Leitura, de dezembro de 1964:

          “A prisão de Astrojildo Pereira ocorreu a 9 de outubro de 1964, quando o escritor se apresentou espontaneamente para depor em um IPM, tendo sido conduzido para o quartel do 3º Batalhão de Polícia Militar. Permaneceu incomunicável durante 34 dias. A 11 de novembro foi-lhe concedido o primeiro habeas corpus, pelo Supremo Tribunal Militar, sob a alegação de falta de provas. Entretanto o escritor continuou preso, não sendo cumprida a decisão judicial. A 26 de novembro, o STM deu um prazo de 24 horas para que Astrojildo Pereira  fosse libertado. Nesse interim, por motivos de uma crise cardíaca, Astrojildo ainda preso, foi conduzido para um Hospital Militar, onde voltou a ficar incomunicável por duas semanas. Houve em seguida a concessão de outro habeas corpus, sem que, nem por isso, houvesse a libertação consequente e natural. (Aqui vale esclarecer, também, que as medidas judiciais foram concedidas por unanimidade de votos). Mas finalmente, na primeira sessão de 1965, o egrégio Supremo Tribunal Militar resolveu libertá-lo, enviando a decisão para as autoridades competentes. Astrojildo tem 74 anos de idade, e durante o período de internamento, 84 dias, sofreu quatro crises cardíacas. Trata-se de excelente ensaísta, crítico literário da melhor qualidade, dos maiores conhecedores da obra de Machado de Assis, que conheceu pessoalmente e do qual faz inclusive uma interpretação sociológica, domina vários idiomas e, também, a literatura dos países cuja língua conhece e, sobre ser um fiel intérprete da doutrina marxista é um dos personagens do meio cultural brasileiro mais humano que conhecemos”.

           Ao completar 50 anos de sua ausência, recordamos e homenageamos Astrojildo Pereira como um homem que pensou o Brasil, lutou pelos mais desafortunados, ardoroso combatente pelas causas dos trabalhadores e desejou um país democrático, próspero, rico e de oportunidades iguais para todos.

           Como escritor, jornalista, crítico literário e político, colocou-se com denodo e empenho na denúncia e na salvaguarda dos interesses populares. E, com efeito, não foi visto com bons olhos pelos que sabiam do seu poder arrebatador e pela sua dignidade de princípios. Achavam-no um perigo para o status quo do regime militar reinante.

           Foi um lutador que se utilizou das letras, principalmente do jornalismo, para dar a sua contribuição à compreensão do mundo e do caminho a seguir, da plena democracia e da paz social. Foi intransigente na sua posição da brasilidade exposta ao mundo.

           Ao que pese o correr dos anos e mesmo, dos mais céticos, a afirmação de que o brasileiro tem memória curta, divergimos disso tudo, com veemente protesto. Astrojldo Pereira repousa no Cemitério de Niterói e, com todo clamor, é lembrado pelas novas gerações.

           Afinal, não se evapora ou se esquece um homem que, certa vez, afirmou peremptoriamente que “é preciso sacudir pelas entranhas os cegos que não querem ver e os surdos que não querem ouvir. Entre outras razões, porque não queremos que o Brasil se transforme num país de mudos”.

           “Jildo”, uma ausência sempre sentida!

*José Roberto Guedes de Oliveira é escritor, poeta, historiador, jornalista, pesquisador da vida e obra do principal responsável pela fundação do Partido Comunista no Brasil, e autor de várias obras, das quais destacamos Astrojildo Pereira In Memoriam, Viva Astrojildo Pereira e Quatro Figuras (Astrojildo Pereira, Tarsilla do Amaral, Octávio Brandão e Rodrigues Abreu), editadas pela Fundação Astrojildo Pereira.  E-mail: guedes.idt@terra.com.br

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Tags fap, J. R. Guedes de Oliveira

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