Descrição
A organização desta coletânea de ensaios sobre “o Brasil e o modo-de-ser dos brasileiros” foi motivada, sobretudo, pelo sentimento coletivo de profunda inquietação e o disseminado, ainda que difuso, mal estar que nesta quadra histórica a quase todos vêm acometendo. Em face de sua inédita magnitude, sem possibilidade comparativa com outros momentos do passado, muitos irão preferir a palavra mais abrangente e expressiva, enfatizando que, de fato, estaríamos tentando entender e nos equilibrar em meio a uma generalizada crise, a qual estaria lentamente corroendo a sociedade e suas estruturas. Os diversos autores que contribuem para esta coleção de ensaios nos alertam para várias ameaças e bloqueios que têm impedido a emergência do Brasil como nação mais próspera e justa.
São interpretações que derivam de leituras de realidade elaborada por experimentados e sólidos cientistas sociais e observadores agudos de nossa realidade social. É preciso refletir sobre o Brasil, como espaço social e território de convivência humana, sobre a identidade que poderia nos unir, sobre os nossos bloqueios, estruturais ou conjunturais.
“Por que não somos de outro jeito? (….) Somos assim porque não somos. Passamos toda a nossa história nos
descontruindo (…) Não buscamos saídas porque as saídas nos tirariam o prazer desse purgatório colonial, nos
trariam para o mundo de hoje, nos obrigariam a chegar ao destino” (José de Souza Martins)
“Construímos um país-miragem, que descreve a si mesmo através de imagens tão elaboradas que não servem apenas como produto para exportação, nós mesmos somos levados a crer na ilusão que projetamos.” (Loreley Garcia)
“Somos é o ainda não interpretado (…) Somos porque fomos é repetição do passado. Só há futuro se pudermos dizer que somos porque seremos (…) Toda visão de uma identidade nacional é, de certo modo, uma operação mítica e sacerdotal com o passado” (Augusto de Franco)
“Malgrado o sentimento inédito de rejeição a tudo que aí está, a democracia não vai mal (…) A doença política no país resulta do confronto entre instituições robustas de controle e o fortalecimento da capacidade da sociedade civil em monitorar governos e representantes. Assemelham-se às dores do parto de uma nova ordem” (Marcus André Melo)
- Revista Política Democrática Online – Edição 30 - 17 de abril de 2021
- Revista Política Democrática Online – Edição 29 - 13 de março de 2021
- Revista Política Democrática Online – Edição 28 - 18 de fevereiro de 2021
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